quarta-feira, 8 de junho de 2016

A morte da minha mãe


Quando eu era criança as vezes sonhava que minha mãe, ou meu pai, ou os dois juntos morriam. Outras vezes eram presos pela polícia. Acordava aos prantos. Sensação de perda, insegurança, falta de proteção.

Sempre ouvi isso também de amigos. Esses sonhos devem ser recorrentes em crianças, por algum motivo que hoje não tenho a explicação lógica.

Dia desses, sonhei que minha mãe tinha morrido. Mas nesse sonho, sua morte já havia passado uns 4 anos. Minha dor, lá no fundo, não era pela perda recente, mas pela falta que eu sentia do abraço dela e pela consciência que eu tinha naquele momento que nunca mais estaria envolta em seus braços. Ainda naquele sonho, minha avó materna que já é falecida (a Vó Lydia, fofa como só) me abraçava forte, tremia de tão forte que me apertava e dizia pra eu não me angustiar que aquilo não seria pra sempre.

Acordei aquele dia com uma sensação diferente, uma necessidade de estar com meus pais que desde criança não sentia. Amo eles demais, mas depois que a gente casa, tem trabalho, filhos e casa para cuidar, a gente acaba que por fazer “visitas” na casa dos pais “quando dá”.
Naquele dia tive a oportunidade de sentir, no fundo da minha alma, o quanto eles são importantes e necessários na minha vida.


Após o trabalho fiquei lá, plantada na casa deles, tomando um chimarrão com meu pai e esperando a mãe chegar, pra dar nela o mais apertado e demorado abraço da minha vida. Contei sobre o sonho e disse com todas as letras o quanto eles são importantes pra mim, agradeci por tudo que fizeram por nós e o quanto eu os admirava pelas pessoas que são. Sempre que posso falo pra eles que os amo, mas dessa vez foi diferente, foi com a maior certeza e sentimento do que nunca... e daquele abraço eu jamais vou esquecer. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário